segunda-feira, novembro 19

Graça Oliveira, Belo Horizonte (MG)

Eu já estou com o pé nessa estrada...




Vão dizer que não existo propriamente dito.
...
De tarde fui olhar a Serra do Curral que
se perdia no quintal da minha casa
e veio uma iluminura em mim.
Foi a primeira iluminura.
Daí botei meu primeiro verso:
Aquele morro bem que entorta a bunda da paisagem.
Mostrei a obra pra minha mãe.
A mãe falou:
agora você vai ter que assumir as suas
irresponsabilidades.
Eu assumi: entrei no mundo das imagens.

Adaptação de O Poeta, Manoel de Barros

4 comentários:

GRAÇA disse...

isso me passou uma idéia de estabilidade e peso, com a serra ocupando quase todo o quadro. por outro lado, já que você mostra a data no relógio, mostra como a imagem é passageira.

João Lucas

Raquel disse...

vendido...

nem tudo tem dono neste mundo.
e não é por ser dono que se tem total controle.
todos temos agora um pouquinho desse lugar.

filos porque tequilas disse...

Esta foi uma das mais poéticas, porque esperou o instante ...

Nela eu me foquei na questão do 'vendido'.

foi casual???

beijos.

GRAÇA disse...

Sobre a primeira foto. Bom, bateram o martelo, levaram no leilão, sem dúvida...mas era o que mesmo? Caramba, será que levaram aquela incrível montanha ao fundo? Deve ter sido uma bagatela. Se não for reserva ambiental acho que eu faria um teleférico. Não, até parece, o item leiloado foi aquela bicicleta. Isso mesmo, você aí de amarelo, de costas, isso. Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três. Vendido!

Marcelo Duarte