Cinza é preto e branco.
Cinza expressa a unidade entre movimento e cores.
Cinza exclui dualismos e faz com que o todo se manifeste.
Cinza é universal.
Carrega todas as cores e a imagem do espectro de cores em movimento.
Mas cinza é neutro: eu o preencho com o conteúdo da minha vida.
Cinza não é uma cor simbólica, tem se tornado pra mim a cor do movimento invisível.
Contra esse fundo cinza está minha vida: o oposto das cores frias e indiferentes.
É a cor do meu sacrifício pictórico, demonstrando o conceito que se desdobra, seu movimento e tempo.
Nos pólos opostos, nos limites extremos, do preto no primeiro quadro ao branco sobre branco existe o “sfumato” da existência: cores podem se tornar mortalmente emocionais.
Roman Opalka, pintor francês de origem polonesa, nasceu em 1931
sexta-feira, novembro 30
quinta-feira, novembro 29
Roman Opalka
Minha busca é um processo de trabalho progressivo, que documenta e define o tempo.
Só existe uma data em meu trabalho – 1965 – a data em que eu comecei minha primeira tela da série “Detail”.
Esses detalhes são parte de uma vida de compromissos, através dos quais eu conto progressivamente de um ao infinito, sobre telas de formatos iguais, com branco sobre um fundo cinza.
Cada tela de “Detail” terá sucessivamente 1% mais de branco em seu fundo do que a anterior.
Assim, já posso antever o momento em que estarei pintando de branco sobre uma tela branca.
Todas as telas “Detail” são acompanhadas de uma fita gravada com minha voz contando cada número, à medida que pinto, assim como uma documentação fotográfica do meu rosto.
Roman Opalka, pintor francês de origem polonesa, nasceu em 1931
Só existe uma data em meu trabalho – 1965 – a data em que eu comecei minha primeira tela da série “Detail”.
Esses detalhes são parte de uma vida de compromissos, através dos quais eu conto progressivamente de um ao infinito, sobre telas de formatos iguais, com branco sobre um fundo cinza.
Cada tela de “Detail” terá sucessivamente 1% mais de branco em seu fundo do que a anterior.
Assim, já posso antever o momento em que estarei pintando de branco sobre uma tela branca.
Todas as telas “Detail” são acompanhadas de uma fita gravada com minha voz contando cada número, à medida que pinto, assim como uma documentação fotográfica do meu rosto.
Roman Opalka, pintor francês de origem polonesa, nasceu em 1931
quarta-feira, novembro 28
Jorge Luis Borges
terça-feira, novembro 27
Ethel Presser, Santiago (Chile) e Rio de Janeiro (RJ)
Mia querida
aquí tienes un alma solidaria e interesada
yo me he interesado mucho con tu proyecto y de hecho tengo fotos de los dos domingos , no los he mandado ya que ando
a mil . Mais han surgido varias ideas de tu idea
con calma enviare y podemos continuar conversando
NO ES FACIL MOVILIZAR AS MASAS
aquí tienes un alma solidaria e interesada
yo me he interesado mucho con tu proyecto y de hecho tengo fotos de los dos domingos , no los he mandado ya que ando
a mil . Mais han surgido varias ideas de tu idea
con calma enviare y podemos continuar conversando
NO ES FACIL MOVILIZAR AS MASAS
João Ameno, Divinópolis (MG)
Nos somos mais que pedra e concreto
e onde quer que voce va
eu vou sempre escutar seus passos na escada
meu caminho de todo dia
minhas mentiras deslavadas
vento frio que sopra em espiral
onde eu vou
procurar entender de palavras
procurar entender sentimentos.
numeros e pra que eles servem
meus desejos desenhados especialmente em voce
imagem idealizada, necessidade
fervo a agua pra mudar alguma coisa
se isso eh tudo que posso mudar
eu ainda nao estou satisfeito
meu desperdicio de tempo favorito
talvez eu tenha so esquecido de tomar os remedios
4 da manha, fecho os olhos e vejo perolas
eu nao entendo.
corre no sangue
aluminio, oxigenio e adrenalina
palavras soltas
displicencia de cores imorais
dias assim sao anormais
eu ja sinto falta do meu futuro
como se ele fosse outro domingo passado em branco
as paredes te trazem lembrancas com as manchas?
meu plexo solar se enche de nuvens te esperando...
segunda-feira, novembro 26
Hugo Cesar, Belo Horizonte (MG)
...Jamais te deixarei sozinha!
Mas a verdade é que eu sou uma negação em matéria de fotografia.
Sendo assim, pedi socorro aos chineses, maiores especialistas mundiais da cópia e reprodução, e pequei no jornal de ontém, um domingo nem tão qualquer, mas atribulado, a primeira foto da lua enviada por um satélete lunar chinês.
Se ela já não era dos namorados, imagina agora, observada pela china.
Por favor, será que eu ainda me sentirei só?
Não importam muito os significados, mas a invenção que cada um liberta dentro de si e também lança no tempo.
- "O que significa, o que que você quis dizer com isso?"
É a pergunta que mais me fazem a respeito de meu trabalho, e o mesmo deve acontecer com outros escritores. Tento responder, mas estou certa de que ninguém gosta da verdadeira resposta: eu não quis dizer nada, estava apenas montando um quebra-cabeças, brincando com tantas miragens, e isso foge a estudos, interpretações ou entrevistas e não promove respostas satisfatórias.
Lya Luft, em Histórias do tempo.
- "O que significa, o que que você quis dizer com isso?"
É a pergunta que mais me fazem a respeito de meu trabalho, e o mesmo deve acontecer com outros escritores. Tento responder, mas estou certa de que ninguém gosta da verdadeira resposta: eu não quis dizer nada, estava apenas montando um quebra-cabeças, brincando com tantas miragens, e isso foge a estudos, interpretações ou entrevistas e não promove respostas satisfatórias.
Lya Luft, em Histórias do tempo.
domingo, novembro 25
sábado, novembro 24
Alberto Caeiro
sexta-feira, novembro 23
Zé I Love
Nan Goldin
quinta-feira, novembro 22
Jeff Wall
quarta-feira, novembro 21
terça-feira, novembro 20
O fotógrafo
Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto eu tentei. Eu conto:
madrugada, a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando um bêbado.
Fotografei este carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou para mim que ela andava na aldeia de
braços com Maiakovski – seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
mais justa para cobrir a sua noiva.
A foto saiu legal.
Manoel de Barros, em Ensaios Fotográficos
Entretanto eu tentei. Eu conto:
madrugada, a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando um bêbado.
Fotografei este carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou para mim que ela andava na aldeia de
braços com Maiakovski – seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
mais justa para cobrir a sua noiva.
A foto saiu legal.
Manoel de Barros, em Ensaios Fotográficos
segunda-feira, novembro 19
João Ameno, Divinópolis (MG)
...taí minha foto...
tirei com celular pq foi na hora...
e era o q eu tinha em maos...
veio na cabeca
a vontade de tirar foto, celular do lado,
num eh boa a imagem mas vale pra primeira...
proximas tiro direito.
hauh pelo menos era domingo.
jah.madrugada de sabado pra domingo.
bjs. tehmais!
espera...espera e olha
tenta enxergar atraves de predios e ruinas
esperar por ela nunca eh tao facil
farois de carro
silencio gritante das madrugadas
nao lembrar de nada
nem mesmo do que eu preciso esquecer
roupas coloridas em dias de sol cinza amarelado da noite
janelas, janelas e espera
ansiedade libertadora do sono
guardar a voz, os olhos e o canto
hoje vou ser fabrica de sonhos...
Karol Lagoa, Belo Horizonte (MG)
Olá pessoas, como essa é a primeira vez,
me perdoem pela foto (heheheh).
Mas garanto que foi tirada hj (domingo, às 4h d matina).
Abraços a todos
Lidia, Rio de Janeiro (RJ)
...o trabalho é quase minimalista, a pequena caixa folheada a ouro
(replica em pequeno da galeria)
com as medidas da propria seção áurea,
está no setor onde não é possível se dividir mais o espaço,
metáfora do infinito, indivisibilidade...
Graça Oliveira, Belo Horizonte (MG)
Eu já estou com o pé nessa estrada...
Vão dizer que não existo propriamente dito.
...
De tarde fui olhar a Serra do Curral que
se perdia no quintal da minha casa
e veio uma iluminura em mim.
Foi a primeira iluminura.
Daí botei meu primeiro verso:
Aquele morro bem que entorta a bunda da paisagem.
Mostrei a obra pra minha mãe.
A mãe falou:
agora você vai ter que assumir as suas
irresponsabilidades.
Eu assumi: entrei no mundo das imagens.
Adaptação de O Poeta, Manoel de Barros
SEMPRE AOS DOMINGOS, mas hoje é segunda
O Projeto Sempre aos Domingos começou/decolou oficialmente ontem (domingo).
A idéia de colocá-lo num blog, durante o período de duração já existia desde o começo da idealização.
Parece que o blog é a melhor forma de interação entre todos os participantes.
Vamos ver....
A idéia de colocá-lo num blog, durante o período de duração já existia desde o começo da idealização.
Parece que o blog é a melhor forma de interação entre todos os participantes.
Vamos ver....
Assinar:
Postagens (Atom)